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sexta-feira, 29 de junho de 2012

Revoluçao de fevereiro

anibomb.gif (3559 bytes)A Revolução de fevereiro de 1917 pode ser considerada uma primeira etapa que envolvia o contexto específico da Rússia e da economia mundial da época. A deposição do poder monárquico russo foi uma demonstração de poder capaz de assinalar a fragilidade do sistema capitalista, principalmente no que tange às conseqüências trazidas por uma guerra mundial feita para se definir de forma brutal o papel econômico das principais potências.

A Rússia, que participou dos conflitos da Primeira Guerra Mundial (1918 – 1918), possuía uma extensa população cingida por enorme fosso social. De um lado, havia massa de camponeses sem condições de sobreviver fora da dominação opressora dos grandes proprietários. Do outro, a formação de uma extensa classe de operários explorados por um parque industrial fomentado pela ação de grupos econômicos estrangeiros.

Foi nesse quadro específico que Leon Trotsky conseguiu arregimentar grande parte da população russa em torno de um projeto político revolucionário. Dessa forma, o partido bolchevique se formou com a promessa de uma transformação imediata que atenderia a demanda das classes trabalhadoras da nação continental. No âmbito externo, as baixas na Primeira Guerra somente vieram a fortificar o potencial revolucionário ao piorar as condições de uma economia que mal sustentava sua população civil.

Nos primeiros meses de 1917 a situação chegara a um ponto completamente insustentável. Diversas lojas de mantimentos começaram a ser saqueadas pela população, os movimentos grevistas foram articulados e uma onda de protestos contra o governo czarista tomava as ruas da capital Petrogrado. As forças repressoras, que já também não reconheciam o poder estabelecido, tomaram parte da derrubada do governo ocorrida em 26 de fevereiro daquele mesmo ano.

Pressionado pelo levante popular, o czar Nicolau II abdicou do poder monárquico instaurando uma situação política dúbia no país. Ao mesmo tempo em que o parlamento de maioria burguesa assumiu o novo governo, os sovietes russos começaram a se concentrar na capital na esperança de ter suas reivindicações atendidas. Na época, as organizações trabalhadoras (sovietes) eram ainda dominadas por uma corrente de pensamento reformista favorável a uma transformação gradual.

O projeto de ruptura proposto pelos partidários bolcheviques só tomou força no momento em que Lênin retornou de seu exílio e publicou as “Teses de Abril”. A sua obra pregava uma reformulação do cenário político ao se opor a uma ordem onde o parlamento seria o instrumento de ação política direta. Em seu discurso, Lênin realizou um quadro ainda mais urgente onde as classes trabalhadoras deveriam ter poder decisório imediato.

Ao contrário do que parecia, Lênin não defendia a imposição imediata de um regime de ordem socialista. Em sua perspectiva, a revolução deveria alcançar uma segunda etapa onde os trabalhadores iriam decidir como a recuperação da Rússia iria se elaborar. Os opositores de Lênin diziam que ele forçava uma outra revolução com pretensões de desestabilizar o “novo” governo em ação. No fim das contas, a proposta de Lênin ganhou força frente às medidas do governo da burguesia parlamentar.

Em abril de 1917, o governo burguês deu um verdadeiro “tiro no pé” ao manter a Rússia nos conflitos da Primeira Guerra. Miliukov, chefe do governo provisório, renunciou ao cargo dando margem para a configuração de um comando partilhado entre burgueses e trabalhadores. O novo governo conseguiu conter os levantes populares e reorganizar os exércitos russos. No entanto, a partir de junho, novas derrotas militares somente mostraram a inviabilidade do governo composto por trabalhadores e burgueses.

Os protestos se potencializaram com força maior, no entanto, os levantes concentrados na capital não eram suficientes para trazer um novo governo. Os conservadores aproveitaram da situação para tentar excluir os populares do cenário político. Muitos deles passaram a acusar os bolcheviques de serem comprometidos com os interesses dos inimigos de guerra ao propor uma rendição pacífica das tropas russas. Além disso, os conservadores tentaram apoiar um fracassado golpe militar conduzido pelo general Kornilov.

A tentativa de golpe de Estado foi o incidente final e necessário para que a perspectiva política de Lênin tivesse força. Os operários e soldados russos fizeram oposição massiva contra uma nova ordem de governo ditatorial. Os militares começaram a abandonar os campos de batalha da Primeira Guerra, os camponeses intensificaram seus protestos e as idéias de Lênin ganharam maioria dentro dos sovietes. Uma nova revolução se preparava.

 











quarta-feira, 27 de junho de 2012

domingo sangrento

anibomb.gif (3559 bytes)No Domingo do dia 22 de Janeiro de 1905 (9 de janeiro, segundo o calendário seguido pela Rússia na época), foi organizada uma manifestação pacífica e em marcha lenta, liderada pelo padre ortodoxo e membro da Okrana, Gregori Gapone, com destino ao Palácio de Inverno do czar Nicolau II, em São Petersburgo, com o objetivo de entregar uma petição, assinada por cerca de 135 mil trabalhadores, reivindicando direitos ao povo, como reforma agrária, tolerância religiosa, fim da censura, e a presença de representantes do povo no governo. Segundo algumas fontes, durante a caminhada, eram cantadas músicas religiosas, e também a canção nacional “Deus Salve o Czar”.

Sergei Alexandrovitch, grão-duque, ordenou que a guarda do czar não permitisse que o povo se aproximasse do palácio, e mandou-os dispersarem a manifestação. O povo não se mexeu. Então, a guarda, ao ver que não seria obedecida, disparou contra a multidão. A manifestação rapidamente se dispersou deixando centenas de mortos.

Este episódio ficou conhecido como o Domingo Sangrento, e foi o estopim para o início de um movimento revolucionário. O povo estava indignado com a atitude do czar, que até então, era visto com bons olhos por eles.

anibomb.gif (3559 bytes)Seguindo a eclosão da Primeira Guerra Mundial em 1914, o Exército Alemão abriu a Frente Ocidental inicialmente invadindo Luxemburgo e a Bélgica, ganhando então controle militar de importantes regiões industriais na França. A maré do avanço sofreu uma reviravolta dramática com a Primeira batalha do Marne. Ambos os lados então cavaram longitudinalmente uma linha sinuosa de trincheiras fortificadas, estendendo-se desde o Mar do Norte até a fronteira da Suíça com a França. Essa linha permaneceu essencialmente sem mudanças durante a maior parte da guerra.
Entre 1915 e 1917 ocorreram grandes ofensivas ao longo da frente. Os ataques empregaram enormes bombardeios de artilharia e grandes avanços de infantaria. Entretanto, uma combinação de entrincheiramentos, ninhos de metralhadoras, arame farpado e artilharia repetidamente infligiram severas baixas nas forças agressoras e nas forças defensivas contra-atacantes. Como consequência, nenhum avanço significativo foi feito.
Em um esforço para quebrar a estagnação, essa frente testemunhou a introdução de novas tecnologias militares, incluindo gases tóxicos, aeronaves e tanques. Mas só foi após a adoção de táticas militares aperfeiçoadas que algum grau de mobilidade foi restaurado.
Apesar da natureza geralmente estagnada dessa frente, esse teatro provou-se decisivo. O inexorável avanço dos exércitos dos Aliados em 1918 persuadiu os comandantes alemães de que a derrota era inevitável, e o governo foi forçado a apelar por condições de um armistício.
 
anibomb.gif (3559 bytes)triplice entente

A Tríplice Entente Foi uma aliança feita entre a Inglaterra, França e o Império Russo para lutarem na Primeira Guerra Mundial contra o pangermanismo e as expansões alemãs e austro-húngaras pela Europa. Foi feito após a criação da Entente Anglo-Russa.

Na Primeira Guerra, duas alianças lutavam, a Tríplice Entente e a Tríplice Aliança (Alemanha, Áustria-Hungria e Itália). Posteriormente, recebeu apoio da Itália, que fez um trato com a Inglaterra; dos Estados Unidos, pois a Alemanha afundou um navio inglês com americanos e perdeu o apoio russo, devido as guerras civis internas. Os Estados Unidos também chegaram a participar da guerra porque viram que a Tríplice Entente estava perdendo e como tinha vendido mercadorias (armas, capacetes, canhões, etc.) que só seriam pagas após a guerra, entrou nesta para garantir a vitória de seus compradores, pois se perdessem a guerra, não poderiam pagar essas mercadorias, em 1917 também Portugal entrou nesta aliança, pois fora da guerra, via as suas colónias ameaçadas pelos estados que sairiam vencedores e consequentemente reforçados na discussão internacional, além do que, as forças alemãs eram uma constante ameaça ao dominio português nas suas colónias em África.

Com o fim da guerra, em 1918, os Estados Unidos tornam-se a maior potência mundial do século XX. As principais causas foram os ataques internos pela Tríplice Aliança.


Participação dos países na Grande Guerra

Estados Unidos
O Estados Unidos estiveram presentes desde o início da Guerra ao lado da Tríplice Entente. Até 1917 eram apenas fornecedores de armamento, mas também de artigos industrializados, pois a produção de alimentos, vestimentas e qualquer outro tipo de produto, na Europa, havia sido afetada, pelo deslocamento de homens para a Guerra e pela destruição causada por ela. Após a saída dos russos, o EUA vê seus investimentos em risco, pois, se seus aliados perdem a Guerra deixam de pagar suas dividas. Então, o país entra militarmente no conflito, sendo decisivo para o final da guerra a favor da Tríplice Entente.


França
Lutando desde o início do conflito, a França junto com a Alemanha deram início às batalhas de trincheiras, foram gênios em armadilhas e em estratégias nas florestas que eram grande parte do cenário das batalhas na França, e resistiram até o grande reforço aliado para repelir de vez as tropas da tríplice aliança.


Itália
No início da Primeira Guerra Mundial, a Itália abandonou a Tríplice Aliança e se recusou a participar do conflito. Contudo, em função das promessas territoriais que recebeu, a Itália entrou no conflito ao lado da Tríplice Entente.


Japão
O Japão só entrou na guerra para se apossar das colônias da Alemanha no Pacífico e das concessões alemãs na China.


Reino Unido
Era a nação com a marinha mais numerosa (mais ou menos 290 mil embarcações), o que ajudou muito na vitória contra os alemães.


a triplice aliança

A Tríplice Aliança (Alemão: Dreibund, Italiano: Triplice Alleanza) foi o acordo militar entre a Alemanha, a Áustria-Hungria e a Itália, estabelecido formalmente em 20 de Maio de 1882, em que cada uma garantia apoio às demais no caso de algum ataque de duas ou mais potências sobre uma das partes. A Alemanha e a Itália ainda garantiam apoio entre si no caso de um ataque vindo da França. A Itália, no entanto, especificava que seu apoio não se estenderia contra o Reino Unido.

A situação da Itália neste acordo, no entanto, era instável na medida em que sua população era desfavorável ao estabelecimento de um acordo com o Império Austro-Húngaro, antigo inimigo de sua unificação.

Quando estourou a Primeira Guerra Mundial e a Áustria-Hungria e a Alemanha se viram em guerra com a Tríplice Entente (Rússia, França e, mais tarde, a Inglaterra), a Itália tendo prometido apoio às duas primeiras entrou para o lado da Tríplice Entente contra a Austria-Hungria em maio de 1915 e a Alemanha em agosto de 1916. A justificativa da Itália era de que a Tríplice Aliança era um acordo de defesa enquanto que na ocasião foram os impérios germânicos os ofensores.

União Soviética




 

anibomb.gif (3559 bytes)A História da União Soviética começa com a Revolução de 1917 numa tentativa de implementar o comunismo em larga escala por Vladimir Lenin, até ao colapso da União Soviética em 1991, quando o seu governo centralizado foi dissolvido.
A União Soviética é tradicionalmente considerada o sucessor do Império Russo e da sua curta sucessora, o Governo Provisório sob Yevgenyevich Georgy Lvov e depois Alexander Kerensky. O último czar russo, Nicolau II, governou até março de 1917, quando o Império foi derrubado e um breve governo provisório russo tomou o poder, o último a ser derrubado em novembro de 1917 por Vladimir Lenin.
De 1917 a 1922, o antecessor de a União Soviética era a República Socialista Federativa Soviética Russa (RSFSR), que era um país independente, assim como outras repúblicas soviéticas na época. A União Soviética foi oficialmente criada em dezembro de 1922 como a união do Russo (coloquialmente conhecido como Rússia bolchevique), ucraniano, bielo-russo, e Transcaucásia, repúblicas soviéticas governadas por partidos bolcheviques.
A União Soviética existiu até 1991, quando todas as repúblicas soviéticas declaram a sua independência com relação ao governo centralizado de Moscou.

Consequências da Primeira Guerra Mundial

A crise da economia alemã: uma mulher usa dinheiro para aquecer sua lareira.
A crise da economia alemã: uma mulher usa dinheiro para aquecer sua lareira.
Os acordos que deveriam dar fim aos conflitos da Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918) serviram para que um clima de rivalidades se agravasse ao longo do período do Entreguerras. A imposição de multas e sanções extremamente pesadas não conseguiu fazer com que o equilíbrio político real fosse alcançado entre as potências econômicas mundiais. Grosso modo, podemos afirmar que a Primeira Guerra pavimentou as possibilidades para a ocorrência de um novo conflito internacional.
Mesmo posando ao lado dos vencedores, a Itália saiu frustrada do conflito ao não receber os ganhos materiais que esperava. Na Alemanha, onde as mais pesadas sanções do Tratado de Versalhes foram instituídas, a economia viveu em franca decadência e os índices inflacionários alcançaram valores exorbitantes. Esse contexto de declínio e degradação acabou criando chances para que Itália e Alemanha fossem dominadas por regimes marcados pelo nacionalismo extremo e a franca expansão militar.

A Sociedade das Nações, órgão internacional incumbido de manter a paz, não conseguiu cumprir seu papel. O Japão impôs um projeto expansionista que culminou com a ocupação da Manchúria. Os alemães passaram a descumprir paulatinamente as exigências impostas pelos Tratados de Versalhes e realizaram a ocupação da região da Renânia. Enquanto isso, os italianos aproveitaram da nova situação para realizar a invasão à Etiópia.

O equilíbrio almejado pelos países também foi impedido pela crise econômica que devastou o sistema capitalista no ano de 1929. Sem condições de impor seus interesses contra os alemães e italianos, as grandes nações europeias passaram a ceder espaço aos interesses dos governos totalitários. Aproveitando dessa situação, os regimes de Hitler e Mussolini incentivaram a expansão de uma indústria bélica que utilizou a Guerra Civil Espanhola como “palco de ensaios” para um novo conflito mundial.

Fortalecidas nessa nova conjuntura política, Itália, Alemanha e Japão começaram a engendrar os primeiros passos de uma guerra ainda mais sangrenta e devastadora. A tão sonhada paz escoava pelo ralo das contradições de uma guerra sustentada pelas contradições impostas pelo capitalismo concorrencial. Por fim, o ano de 1939 seria o estopim de antigas disputas que não conseguiram ser superadas com o trágico saldo da Primeira Guerra.

Consequencias da primeira guerra mundial ao continente Europeu

As vestimentas femininas com o advento da Primeira Guerra Mundial
As vestimentas femininas com o advento da Primeira Guerra Mundial
anibomb.gif (3559 bytes)O Continente Europeu sofreu terrivelmente com a Primeira Guerra Mundial. A guerra sempre foi sinônimo da mais forte expressão da dor, pois ceifa, arruína, destrói vidas, família, tudo por onde passa. Mais de vinte milhões de pessoas morreram nesse conflito, a economia ficou paralisada e gerou o caos inflacionário, grandes epidemias ocorreram, houve decréscimo de produção de alimentos e, consequentemente, fome. Uma sociedade em tempos de guerra sofre muitas e severas transformações.
A partir desse cenário as mulheres foram observadas de outra forma. Elas, historicamente repelidas a um papel reduzido socialmente, passaram a ter destaque como propulsoras de uma sociedade decadente, onde os homens deixavam suas famílias, lares, pátria, para ir ao “front”. Neste momento acompanhou-se a passos lentos a libertação da mulher e o declínio do prestígio familiar e cristão. Apareceu um novo modelo de casamento.
Quando o homem voltou da guerra mudou em muito o seu comportamento no contexto familiar, ele passou a participar mais das tarefas domésticas. E a mulher, ao encarregar-se dos cargos de trabalho fora de casa, enquanto os homens estavam fora, aprenderam as funções do mercado de trabalho adquirindo certa independência econômica que as levou a reclamar os mesmos direitos que os homens tinham.
A vida social ficou limitada. Os belos espetáculos praticamente desapareceram, com isso a moda feminina ficou menos elaborada e consequentemente menos enfeitada. Diante de mudanças radicais e de um cenário sem esperança, as mulheres buscaram preencher suas insatisfações, aflições, por meio da preocupação com a sua aparência física e mudanças na vestimenta feminina.

Muitas das novas ocupações com o trabalho exigiram uniformes, incluindo calças. Assim, uma visão militarista invadiu os figurinos de moda, como jaquetas com estilo militar, cintos e palas. Os estilistas eram inspirados pelo momento em que viviam. Nesse contexto podemos dizer que a Europa viveu dias de grande espírito criativo no mundo da moda. Muitos estilos inovadores nasceram dessa paisagem crítica, como a da jovem Gabrielle Chanel, mais conhecida como “Coco Chanel”.

Nessa época, o espartilho foi deixado para trás e foi substituído pela cinta elástica, a quantidade de tecido das roupas diminuiu em razão da falta de matéria-prima e de grande parte das fábricas estarem fechadas devido à guerra. Assim ocorreram adaptações nas vestimentas femininas. As roupas ficaram mais curtas, as calças, mais largas; as saias e casacos, retos. Em 1915 a altura das saias ficou um pouco acima dos tornozelos.
Os chapéus diminuíram de tamanho e eram pouco enfeitados, bem discretos. Esses chapéus viraram moda e passaram a ser chamados de chapéus “cloche”; especialmente criados para acompanhar os cabelos curtos e penteados que estavam na moda “la garçonne”. Esse modelo acentuava um estilo esportivo e prático. Na maquiagem, a tendência era o batom.  A boca era carmim, em forma de coração. A maquiagem era forte nos olhos, as sobrancelhas tiradas e o risco pintado a lápis. O intuito da maquiagem era que a pele ficasse bem branca.
As cores neutras e a cor negra preponderaram nos anos da guerra, contrastando com o cenário lastimável da guerra, um sinal da falta de esperança, desolação e de morte. Fatos interessantes ocorreram no período, como a publicação de revistas de moda apresentando modelos de roupa para o luto em páginas inteiras. Foram organizados diversos desfiles de moda com o intuito de arrecadar fundos aos esforços de guerra e também aos desprotegidos e aos refugiados.
Podemos dizer que a vida simplificou-se e não parou. Isso quer dizer que “A Primeira Guerra Mundial” devastou e ao mesmo tempo inovou o mundo da moda. A guerra trouxe carência, simplicidade e severidade para a população e, naturalmente, afetou a beleza e a moda.  A história da moda sempre esteve unida às transformações sociais, distinguindo classe, idade, momento. Consequências de um tempo onde a desordem imperava.

Alianças para a Primeira Guerra Mundial


Uma charge representando o tenso cenário político-militar que antecedeu a Primeira Guerra.
anibomb.gif (3559 bytes)Os anos que antecederam a Primeira Guerra Mundial não foram marcados por nenhum conflito entre as nações européias. No entanto, entre o final do século XIX e o início do século XX, as principais nações envolvidas nas disputas imperialistas realizaram uma grande corrida armamentista. A tecnologia bélica sofreu grandes avanços nessa época, e grande parte desses armamentos eram testados nas possessões coloniais espalhadas pelos continentes asiático e africano.

As potências imperialistas de maior porte, como Inglaterra e França, utilizavam das armas para conter as revoltas em suas zonas de dominação imperialista. Por outro lado, Itália e Alemanha – que possuíam domínios de menor riqueza – também participaram dessa corrida bélica com o objetivo de buscar novos domínios que atendessem suas ambições econômicas. A ampliação do arsenal das grandes potências não causou diretamente a guerra, mas configurou o cenário para a luta.

Antes de 1914, as nações européias realizaram um grande número de alianças que polarizaram as disputas econômicas entre as nações. No ano de 1882, a Alemanha, o Império Austro-Húngaro e a Itália formaram a chamada Tríplice Aliança. Nesse acordo ficava estabelecido que caso um dos países declarasse guerra, os demais envolvidos se comprometiam a permanecerem neutros. Além desse ponto, outras questões militares ficaram pré-estabelecidas.

Caso os franceses atacassem a Itália, austríacos e alemães deveriam apoiar a Itália em um provável confronto. Se a Alemanha fosse vítima de uma invasão militar francesa, somente a Itália seria obrigada a apoiar militarmente os alemães. Por fim, se qualquer um dos envolvidos desse tratado fosse afrontado por duas nações européias, os outros envolvidos deveriam apoiar o aliado com exércitos e armas.

Esses acordos que previam uma série de conflitos hipotéticos, de fato, podem ser vistos como conseqüência das disputas que ocorriam no período. Na África, os alemães procuravam controlar mercados anteriormente dominados pelos ingleses. A pressão econômica e colonial exercida pela Alemanha obrigou a Inglaterra a interromper seu longo isolamento em relação à França, até então sua maior concorrente comercial.

No ano de 1904, a Entente Cordial firmou um primeiro acordo entre Inglaterra e França. Segundo esse primeiro tratado, a Inglaterra teria total liberdade de exploração econômica na região do Egito, enquanto os franceses teriam seus interesses garantidos no Marrocos. A Alemanha não reconheceu esses acordos estabelecendo resistência à dominação francesa no Marrocos. Entre 1905 e 1911, aconteceram pequenos conflitos nas regiões de Agadir e Tanger.

No continente asiático, França e Inglaterra disputavam o controle de posições em territórios da atual Tailândia. Ao mesmo tempo, os ingleses tinham problemas com os interesses dos russos na exploração econômica de regiões do Oriente Médio, do Tibet e da Ásia Central. Em 1907, a intermediação diplomática francesa conseguiu equilibrar as disputas entre russos e britânicos.

O acordo entre essas três nações possibilitou a assinatura da Tríplice Entente. Essa aliança estabeleceu um processo de polarização política, militar e econômica entre as grandes potências européias. Nesse contexto se institui a chamada “paz armada”, um equilíbrio diplomático que poderia se esfacelar ao menor conflito que pudesse justificar a luta direta entre as duas alianças formadas. Foi quando, em 1914, um incidente terrorista nos bálcãs despertou as rivalidades historicamente fomentadas.
A Primeira Guerra expôs um novo paradigma de destruição bélica ao mundo.
A Primeira Guerra expôs um novo paradigma de destruição bélica ao mundo.
anibomb.gif (3559 bytes)Entre os anos de 1870 e 1914, o mundo vivia a euforia da chamada Belle Epóque (Bela Época). Do ponto de vista da burguesia dos grandes países industrializados, o planeta experimentava um tempo de progresso econômico e tecnológico. Confiantes de que a civilização atingira o ápice de suas potencialidades, os países ricos viviam a simples expectativa de disseminar seus paradigmas às nações menos desenvolvidas. Entretanto, todo esse otimismo encobria um sério conjunto de tensões.

Com o passar do tempo, a relação entre os maiores países industrializados se transformou em uma relação marcada pelo signo da disputa e da tensão. Nações como Itália, Alemanha e Japão, promoveram a modernização de suas economias. Com isso, a concorrência pelos territórios imperialistas acabava se acirrando a cada dia. Orientados pela lógica do lucro capitalista, as potências industriais disputavam cada palmo das matérias-primas e dos mercados consumidores mundiais.

Um dos primeiros sinais dessa vindoura crise se deu por meio de uma intensa corrida armamentista. Preocupados em manter e conquistar territórios, os países europeus investiam em uma pesada tecnologia de guerra e empreendia meios para engrossar as fileiras de seus exércitos. Nesse último aspecto, vale lembrar que a ideologia nacionalista alimentava um sentimento utópico de superioridade que abalava o bom entendimento entre as nações.

Outra importante experiência ligada a esse clima de rivalidade pôde ser observada com o desenvolvimento da chamada “política de alianças”. Através da assinatura de acordos político-militares, os países europeus se dividiram nos futuros blocos políticos que conduziriam a Primeira Guerra Mundial. Por fim, o Velho Mundo estava dividido entre a Tríplice Aliança – formada por Alemanha, Império Austro-Húngaro e Itália – e a Tríplice Entente – composta por Rússia, França e Inglaterra.

Mediante esse contexto, tínhamos formado o terrível “barril de pólvora” que explodiria com o início da guerra em 1914. Utilizando da disputa política pela região dos Bálcãs, a Europa detonou um conflito que inaugurava o temível poder de metralhadoras, submarinos, tanques, aviões e gases venenosos. Ao longo de quatro anos, a destruição e morte de milhares impuseram a revisão do antigo paradigma que lançava o mundo europeu como um modelo a ser seguido.